Somos todos descartáveis
… Somos todos bem-vindos à era do coleguismo e dos relacionamentos virtuais. Centenas de mensagens no Whatsapp até a cama e um provável adeus logo em seguida…. (Carolina Vila Nova)
As vezes me deparo refletindo sobre qual o valor que temos uns para os outros no mundo de hoje, e meu coração fica apertado. Penso nas pessoas que ficaram para trás, mas principalmente nas que me deixaram para trás. Confesso que pra mim ainda é difícil entender isso, pois aprendi a usar as coisas e amar as pessoas.
Sabemos que a vida nos leva como ela bem entende. Muitas de nossas decisões não dependem de nós. Conhecemos pessoas e somos obrigados a nos despedir delas. O que fica é a saudade dos momentos vividos juntos, e o que resta são as curtidas nas redes sociais. Dizem que hoje é tudo virtual, começou assim, é normal terminar dessa forma.
Mas e quando percebemos que não tivemos valor algum para alguém que nos dedicamos tanto? Que nossa marca, que pensávamos ser indelével, era invisível no coração dessas pessoas? E quando percebemos que somos todos descartáveis?
É difícil aceitar o quanto nos tornamos desnecessários uns para os outros. Que como a vida se tornou banal, o ser humano se tornou descartável. As pessoas que passam em nossas vidas vem e vão como água, e nós logo seremos reciclados. Quase estamos chegando ao ponto de ter que dizer no início dos relacionamentos: Olha, eu sou reciclável viu?
Vivemos em um mundo com prazo de validade pré estabelecido pelas pessoas. Melhor trocar do que tentar entender o outro. Mas como viver nesse mundo onde usamos as pessoas e amamos as coisas?
A arte do desapego no que tange as emoções é algo que desconheço. Quando a vida me leva pessoas que gosto, eu sofro, mas me conforto por saber que foi a vida quem quis assim. Cruel é quando somos descartados da noite para o dia, como se nunca tivéssemos existido.
Vivemos numa sociedade “ficante”, que compartilha as energias mais intensas com desconhecidos. Que trocam as relações que somam pelas que subtraem. Tornamos-nos uma sociedade adoecida, onde o respeito pelo ser humano se tornou algo raro. As amizades não são tão verdadeiras, amores só de ocasião ou por conveniência. Estamos inseridos na era dos “ficantes” e dos relacionamentos virtuais.
Fico feliz em não pertencer a esse mundo moderno das relações interpessoais. Apesar de estar inserida nele, preservo a minha essência de olhar no olho, de saber ouvir, de dar um abraço apertado, de ficar junto sem falar nada, e de ter uma conversa franca. Me admiro muito e me amo por ser assim. E ainda que me sinta só, sei que é um sentimento passageiro. Sei que ainda existem seres semelhantes, apenas ficou difícil encontrar os que sobraram.
Sejamos os que restaram, e que façamos perpetuar a amizade e amor para que não entrem em extinção!
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