Brincar é pra gente grande
O brincar é definido como a linguagem do espontâneo, como a forma mais livre de expressão da criança. O brincar é o ingrediente fundamental para a formação completa de uma pessoa. É na brincadeira que a criança aprende a achar solução para problemas, a conviver com os outros e com o diferente, a descobrir o mundo com olhar criativo.
O exercício lúdico é fundamental não apenas às crianças, ele funciona como organizador psíquico essencial na vida adulta.
Quando uma criança perde o interesse por brincar muitas vezes é um sintoma de que há algo errado. Os adultos, porém, perdem a conexão com a capacidade lúdica sem que isso seja motivo de preocupação.
O que pouco se sabe, é que quando nos afastamos das atividades lúdicas, seja por meio da música, da fala, da arte ou de qualquer outra forma de expressão, um organizador psíquico fundamental para o nosso bem estar se esvai.
É preciso resgatar o espírito lúdico, livre e pleno existente em nós quando crianças, abrindo espaço para que o brincar esteja mais presente nas nossas relações. O brincar precisa estar no cotidiano das pessoas, ainda que elas estejam mergulhadas em compromissos, problemas, trabalho, horários. Ao negligenciar o ato de brincar, o adulto se envolve numa couraça que prejudicará sua saúde mental e até física.
Depressão, crises de pânico, isolamento, solidão, medo, ansiedade, são doenças dos nossos dias que também estão relacionadas com a correria, estresse, cobranças, competição desenfreada, e com a falta do brincar. Conciliar a vida adulta e as demandas escravizantes ao lado lúdico, às vezes, é tarefa árdua. Entretanto é preciso lembrar a citação do escritor Fabrício Carpinejar: “Seja imprudente, porque quando se anda em linha reta não há histórias para contar”.
Não é preciso ser artista e criar obras de arte para brincar. Basta identificar o que faz o coração bater mais forte, com plenitude.
Dançar, praticar esportes e até fazer farra com as crianças ou com seu cachorro pode ser muito divertido.
Atividades como bordado, marcenaria, jardinagem, desenho, pintura, origami e culinária costumam trazer sensação de grande bem-estar.
Mas se nada disso te interessar, ainda restam inúmeras opções: Jogar conversa fora, rir, contar histórias usando a palavra apenas pelo prazer da troca fortalece vínculos, reafirma valores e coloca em outra perspectiva problemas que pareciam insolúveis.