Vitimista é o sujeito que assume uma postura de azarado, perseguido, coitadinho. É uma vítima passiva de um sistema que conspira contra ele.
O vitimista terceiriza a culpa de tudo. Um exemplo clássico de vitimização é a alegação de que “o professor quis me reprovar porque não gostava de mim”. Outro exemplo, numa disputa por uma vaga de emprego, o candidato culpa o entrevistador ao invés de assumir não estar estar dentro do perfil da vaga.
Culpar os outros é um comportamento que as crianças fazem por não possuir um desenvolvimento cognitivo e moral formado. Porém, é comum observar adultos praticando essas mesmas atitudes em diferentes contextos. Vamos entender.
Se isentar das responsabilidades, primeiro se torna um hábito e depois uma estratégia. Segundo pesquisas da psicologia, esse comportamento é comum em pessoas excessivamente narcísicas sem autonomia.
O narcisismo excessivo é uma compensação de um sentimento de inferioridade. A pessoa acredita que deve ser amada, mas não faz o necessário para obter esse reconhecimento. Ela então decide culpar os outros por todos os seus fracassos.
Com relação a falta de autonomia, os adultos têm o mesmo modus operandi que as crianças: eles punem os outros para evitar serem punidos. E esse comportamento aparentemente gera um benefício: o ego permanece intacto, porque ao cometer um erro e reconhecê-lo, você declara que é imperfeito e, portanto, nem sempre está certo. Para uma pessoa narcisista, essa é uma ferida que seu ego não tolera.
A dificuldade de aceitar erros é resultado de uma grande insegurança, pois algumas pessoas pensam que errar significa um demérito. Pessoas seguras, consideram “errar” como uma oportunidade de aprender. As consequências dessas atitudes são bastante prejudiciais, uma vez que é muito difícil estabelecer relacionamentos saudáveis com pessoas assim.
Quem se recusa a assumir suas responsabilidades, também renuncia construir laços íntimos e genuínos com outras pessoas. Estes proporcionam segurança, enquanto que laços marcados por manipulação geram apenas sensações de estar num mundo ameaçador.